O tarado virtual.

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Era o primeiro encontro. Durante meses ela havia resistido as investidas dele. O medo natural do desconhecido apenas permitira um contato via internet.

Foi assim que se conheceram. Uma salinha de bate papo. Umas frases de aproximação e logo nascia um sentimento que só os internautas conhecem.

Durante longo tempo encontraram-se via net diariamente. Pareciam feitos um para o outro. Notícias de que pessoas inescrupulosas, fazendo uso da internet para tirar algum proveito dos incautos, a deixaram por meses reticente.

Porém, com o passar do tempo, o sentimento foi se solidificando e o medo natural foi sendo substituído por desejos inexplicáveis. Um desejo tão avassalador que, por mais irreal que pudesse parecer, os levou ao chamado sexo virtual.

Tão grande como a imaginação, a virtualidade os permitia fantasiar. No princípio, algumas imagens das salas de sexo ilustravam suas fantasias. Depois uma ideia nova, ambos compraram câmeras digitais. Fotos foram trocadas. Se viram.

Gostar ou não do que viam, já não tinha grande importância. As câmeras digitais tornam-se as maiores aliadas do desejo. A ideia de fazer fotos excitantes, sem precisar passar pela revelação fotográfica é proposta irrecusável. Este artifício, que permite a cada um escolher o ângulo julgado mais favorável, traz a primeira fantasia para a realidade.

Anteriormente inimaginável, o desejo dominou o pudor. As fotos, antes só de rosto, foram tomando o corpo, foram perdendo a vergonha e, sem qualquer receio, ambos já não mais tinham segredos. Exposição total. Relacionamentos imagináveis fotografados e rodando pelas linhas da virtualidade.

Nem mesmo a inoportuna aparição de um hacker, que tentando tirar proveito arquitetou algumas infrutíferas chantagens, os levaram a abandonar o rumo ao inevitável.

Olhos nos olhos, corações disparados, insegurança juvenil. Sensações há muito esquecidas. Havia, porém, uma certeza: aquela era a primeira vez de pessoas que se conheciam muito bem. Sabiam tanto, o quanto se queriam, que arriscavam suas vidas conjugais e familiares em um encontro.

Um toque de lábios selou definitivamente o fim do medo. Antes daquele momento, imaginaram milhões de frases feitas e respostas ensaiadas, porém foi um toque de lábios apenas, sem palavras.

Saíram dali e passaram a caminhar juntos, lado a lado. Não disfarçaram seus sentimentos. Não tinham mais nada a esconder, o jogo havia começado.

Uma cama, um banheiro simples, uma televisão que nunca foi ligada, um frigobar e um amor e um imenso desejo infinitamente acumulado nos últimos meses.

Encostada à parede ela foi loucamente beijada. Não era mais um toque de lábios era desejo desmedido e incontrolável. Suas mãos, até então cheias de pudor, buscaram direta e objetivamente medir o tamanho do desejo dele.

Entre seus dedos, que em casa raramente buscaram o desejo de seu marido, agora pulsava ávido de paixão o magnífico falo de um outro homem. Não era mais virtual, não havia mais um teclado entre os dois. As cores da tela deixaram de ser um brilho. Os momentos descritos em seus atos agora eram reais, muito reais!

Sua blusa sai de seu corpo e voa sem destino. Uma boca toma o lugar do sutiã, sua cabeça jogada para trás expõe mais ainda os seios em um concordar silencioso.

Os botões da camisa são uma barreira, inexplicavelmente a ansiedade fecha as casas. Um puxão e a barreira espalha-se. Salpicando o chão de branco. Logo são acompanhados pelo tecido embolado.

Suas unhas fazem o desenho do peito dele. Alguns pelos encaracolados do peito dele, dão um prazer que sua língua desconhecia. O perfume masculino, conhecido apenas pelo nome, agora toma conta de suas narinas e a excita mais.

A saia, agora enrolada, ocupa a cintura. Os dedos hábeis dele, um leve rebolado dela e a renda de uma calcinha é chutada de lado. Dedos hábeis, muito hábeis, sabem exatamente onde buscar o prazer.

Penetram facilmente em suas carnes molhadas. Movimentam-se e quase a levam à loucura de tanto desejo. Até então ela apenas o havia sentido por cima do tecido da calça. Num rápido movimento o fecho é aberto.

Trêmula e nervosamente a mão dela penetra pela abertura da cueca e alcança seu intento. Grande, pulsante, vivo, desafiador! Desfazer-se da calça e da cueca de seda é só uma questão de tempo.

Num movimento para trás ela se livra dos dedos dele. Um salto e um par de pernas enlaçam-no na cintura. Com as nádegas dela em suas mãos ele busca deixá-la mais aberta possível.

Jamais se sentiu tão aberta, tão exposta. Jamais se sentiu desejar a este ponto. Pela primeira vez na vida se sente fêmea. Pela primeira vez na vida quer realmente foder, quer sentir a pica de um macho invadindo a sua buceta agora gulosa, senti-la toda preenchida, ocupada!

Arde em sua carne o fogo animal de ser uma fêmea por completo. Com as pernas ela o puxa para si. Um leve movimento e acontece. Abrindo as paredes meladas da sua buceta sedenta, preenchendo cada centímetro, expulsando o ar provocando um barulho como se a sua buceta estivesse murmurando e gemendo de felicidade.

Dentro dela ele é só delírio. Querem-se! Guardam em si o desejo e por ele são dominados. Movimentos descompassados e afoitos aos poucos são coordenados.

Ajustados e perfeitamente encaixados como se fossem um só corpo. Côncavo e convexo. Amor e sexo. Desejo e paixão. Os meses de destempero são esquecidos.

Há uma vida já se conheciam. De outras vidas já se conheciam. Não importa quando, onde, como, pois, ambos sabiam o que queriam. Movimentos acelerados. Estocadas alucinantes. Sensações inimagináveis. Contrações musculares. Perda da percepção do entorno.

A sôfrega espera se desfaz em êxtase. As pernas dele ameaçam ceder. As pernas dela o apertam mais. Os dentes dele cravam-se nos seios dela. As unhas dela cravam-se nas costas dele.

A mistura de dor e amor dão um imenso prazer ao orgasmo. Desabam sobre a cama! Ainda encaixados tentam prolongar aquele momento mágico ao máximo. Os movimentos são substituídos pelo relaxamento. Já não há mais virtualidade. Agora é real.

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